02 de Julho de 1975, na História da Igreja

ASSALTADA A CASA DO CHEFE ESPIRITUAL SIMÃO TOCO, era a manchete de notícias na manhã do dia 02 de Julho de 1975.

Na madrugada de 02 de Julho de 1975, um grupo de militares, supostamente das FAPLAS, fortemente armados, invadia a residência do Dirigente Simão Toco, tendo espoliado seus objectos, como a viatura verde ofertada por Holden Roberto Presidente da FNLA, ao Fundador do Tocoísmo para apoiar a Igreja e seu relógio de pulso que estava sobre a banca.

Estavamos no velório da nossa anciã avó Maria como era conhecida, mãe do ancião Conselheiro da Classe do Bairro Central, Manuel Domingos, quando por volta de 04horas da manhã, apareceu entre os Blocos 7, 8 e 9 do Bairro dos Congolenses, um grupo de militares fortemente armados, que apontavam suas armas contra nós, tendo em seguida exigido que se fosse acordar o Dirigente e pedir-lhe às chaves da viatura verde ofertada por Holden Roberto, quando em seu programa de contactos Simão Toco contactou os três presidentes dos movimentos de Libertação, Agostinho Neto do MPLA, Holden Roberto da FNLA e Jonas Malheiro Savimbi da UNITA, que ofertou Esc. 30.000,00.

Quando chegou o Dirigente eles entravam e exigiam a entrega das chaves da viatura verde, na sua retirada levavam também o relogio dele. Foi a razão, porque na manhã do mesmo dia, um grupo de tocoístas, sem comunicar o Dirigente, se deslocara ao Palácio do Governo de Transição para a Indepedência de Angola, contactar os Secretários de Estado, e, contar-lhes o sucedido, entre eles:Lazaro Simão, Nicolau Alberto, Panzo Simão, Manuel Veto Dominique, Manuel Euletério Banza e João Daniel. Quando regressamos ao Bairro dos Congolenses, já os Secretários de Estado, estavam entrevistando o Dirigente Simão Toco.

Já em 15 de Março de 1975, quando o Dirigente Simão Toco, conversava com algumas pessoas na sala, presentindo o perigo, pedia aos presentes que se pusessem de pé para uma oração, instantes depois, era lançada contra as grades da janela no Bloco 6, uma granada, que explodia-se por fora. Na imagem acima ele mostrava o local onde havia embatido a granada.

No mês de Maio de 1975, depois do culto central dominical, o Dirigente dos Tocoístas, recomendava que cada um se dirigesse para sua casa, e não se realizasse qualquer reunião naquele local após o culto, como era de costume. Findo culto, e depois das pessoas se espalharem, era lançado em direcção ao pulpito projectil de um morteiro, partindo do terraço do Bloco F8, próximo do Ngola Cine. Embatia-se contra o Bloco8, local dos cultos centrais, como se vê na imagem abaixo, às marcas na parede do Bloco8, são visiveis até hoje.

Bloco 8, Bairro dos Congolenses, em Luanda, talvez a junventude de hoje não saiba o que é aquele buraco no Bloco 8.

Depois da retirada dos Secretários de Estado do Governo de transição, a Igreja Central, comunicava o sucedido a todos os Tocoístas, publicada no Jornal do dia 02 de Julho de 1975, como se lê:

Comunicado da Igreja Central sobre o sucedido.

Simão Toco (1977, 15 de Agosto) "João vai fazer a informação da Igreja".

A BEM DA IGREJA