A Implantação e povoamento do Colonato indígena do Vale do Loge

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Surgimento e povoamento do Colonato indígena do Vale do Loge

Em 9 de Fevereiro de 1949, o Estado Português, desintegrou da Reserva Florestal nº04, um terreno com uma area de 500 hectares, estabelecido na região do Bembe, distrito do Congo Português, e, foi atribuído a Junta de Exportação de Café Colonial, criada em 1940, dependente dos Ministérios das Colónias e do Comercio e Industria.

O local
Em 9 de Fevereiro de 1949, o Estado Português, desintegrou da Reserva Florestal nº04, um terreno com uma area de 500 hectares, estabelecido na região do Bembe, distrito do Congo Português, e, foi atribuído a Junta de Exportação de Café Colonial, criada em 1940, dependente dos Ministérios das Colónias e do Comercio e Industria..

Povoamento

Estavam instaladas no Colonato do Vale do Loge, 108 familias, num total de cerca de 500 pessoas.

SIMÃO TOCO, Fundador do Tocoísmo, na sua entrevista a Radio Televisão Portuguesa 1974, explicou como encontraram o local: "chegamos em Angola, segundo as autoridades cada um de nós foi transferido para seu rumo e eu [Simão Toco] preferi a agricultura, no Colonato Vale do Loge.
O Estado havia-nos indicado um terreno cheio de matas, para a cultura do café. No Colonato Vale do Loge, Norte de Angola formara-se um colonato com uma área de 32kms de comprimento. Não havia caminhos nem estradas, éramos 500 famílias que trabalhava-mos naquele vale. Parecia aldeia ou vila de brancos. Todos alegres embora com serviço assim muito duros para o pão quotidiano.
Esse vale encontra-se na terra do Bembe onde eu era professor, fica a 200 kms da minha terra. Uma área de umas dezenas de quilómetros, cheia de florestas densas. "Não havia caminhos nem estradas, tudo viria a ser aberto por «tocoístas», plantações de café e outras culturas."

POVOAMENTO DO COLONATO DO VALE DO LOGE


Em entrevista ao ancião Ambrósio Mbengi, um dos integrantes do primeiro grupo de tocoístas expulsos do ex. congo belga que chegou no Colonato no dia 4 de Fevereiro de 1950, contou:
No dia a 9 de Janeiro de 1950, saímos da cadeia com o Tata Nlongi Simão Toco, conduziram-nos até a estação Ferroviária de Matadi, onde permanecemos até ao dia 13 de Janeiro de 1950.

Da estação Ferroviária de Matadi, seguimos de comboio até a fronteira de Angola, Noqui. No dia 17 de Janeiro 1950, partimos de Noqui até S.Salvador, a noite chegamos Maquela do Zombo, e fomos conduzidos directamente para a prisão.
No dia seguinte, 18 de Janeiro de 1950, na hora da formatura, fomos separados em dois grupos.
Seguimos para Damba, fomos novamente conduzidos para prisão, como aconteceu em Maquela. Enquanto nos encontrávamos na cadeia, aconteceu algo, estranho, em cada momento que passava, eles viam às paredes da prisão a erguerem à alturas de prédios, por esse facto, fomos torturados com com palmatórias, eles queriam ouvir de nós, sobre o que sabiamos a respeito daquele fenómeno misterioso.
Mesmo na cadeia nós estávamos em constantes contactos , com os demais irmãos, os irmãos vates, Veto Dominique, Nteka Simão comunicavam-se espiritualmente, com o exterior.
No dia 3 de Fevereiro de 1950, conhecemos novas separações do grupo: uns seguiram para Luanda e nós para o Bembe no Colonato Vale do Loge.
No dia 4 de Fevereiro de 1950, Tata N'longi Simão Toco, mandou-nos adiantar para o local enquanto ele ficara no Toto, com os irmãos: Vouga Jorge, irmã Isabel Massanga, mãe da Mama Rosa Toco.
É assim, que fomos os primeiros à chegarmos ao Colonato Vale do Loge, no dia 4 de Fevereiro de 1950.
Encontramos o local indicado, vazio, sem casas, ruas, caminhos, apenas matas, apenas um acampamento de um colono que se chamava de Oliveira.
Primeiramente, orámos, e depois procuramos repousar.


A noitinha, acendemos fogo, cantamos hinos, o irmão Pedro Massukinini fazia o papel de mestre, já em plena madrugada fomos, visitados por um grupo de animais, à nossa volta nos faziam companhia.
E, no dia seguinte 5 de Fevereiro de 1950, procuramos paus e capim, com que levantamos casota de capim, que serviria para o Tata N'longi, Simão Toco, que estava chegando do Toto, onde tinham ficado.
Na sua chegada, não houve outras cerimónias, apenas a oração de agradecimento ao Deus Pai, depois da oração ele dizia-nos assim: "Chegamos hoje, na Terra da Promessa da promessa, que Deus, nos deu, jamais saíremos daqui, é este o "Vale da Justiça", vulgarmente conhecido por «tocoístas», «Ndimba Nzengo».
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A BEM DA IGREJA

 

Simão Gonçalves Toco (1977, 15 de Agosto) "João, vai fazer a informação da Igreja".


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Last modified on Thursday, 17 March 2022 12:36
JMayele

Página Web de informações sobre Vida e Obra de Simão Gonçalves Toco, Tocoistas, Igreja INSCM e do Tocoísmo, que utiliza como fonte:Cartas Circulares de Mayamona, em Arquivos da Igreja, Ofcícios da PIDE/DGS (IANTT) e dados colectados em entrevistas com fontes primárias e secundárias nas cidades de Luanda,Benguela e Uíge.

Atenção: Não é a página Oficial da Igreja, também sua intenção não é substituí-la, Mano João Daniel um dos jovens da Residência de Simão Toco (1974-1984), que depois de montar o «Centro de Documentação Simão Toco ou Arquivo Virtual» utilizando Cartas circulares de Simão Toco para os «tocoístas» (1950-1974), cria esse espaço informativo para cumprir com às palavras do Dirigente que em 15 de Agosto de 1977, minutos antes de ser preso pela ODP (Organização da Defesa Popular), declarou:" João, vai fazer a informação da Igreja". Também surge para fornecer seus subsídios aos que investigam sobre Vida e Obra de Simão Gonçalves Toco (1918-1984).

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