Domingo, 21 de Abril, a vila de Catete, sede do município do Icolo e Bengo, a 60 quilómetros a nordeste de Luanda, vestiu-se de branco, não só pela comemoração da Páscoa, mas também porque a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (Os Tocoístas) celebravam o 84º aniversário da Teofania a Simão Gonçalves Toco, ocorrido nesta localidade. Marcada com um culto de acção de graças a Deus, segundo os tocoistas, terá sido a 17 de Abril de 1935 que o Espírito Santo desceu a Simão Toco, nesta vila, ungindo-o e tornando- o como seu escolhido para a evangelização dos povos não só em Angola mas também em África, cuja expansão do tocoismo hoje já ultrapassou as fronteiras, com a abertura de igrejas em todos os continentes.
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Reza a história que “aqui, Deus, o Criador dos céus e da terra, pisou e ungiu o seu escolhido Simão Gonçalves Toco para a continuação da missão de resgaste”, contou o bispo auxiliar desta congregação religiosa, Fernando Quibeta, quando falava sobre a “vida e obra” deste missionário e nacionalista angolano, cuja missão de evangelização custou-lhe à deportação para as cadeias de São Nicolau (Bentiaba) e, posteriormente, à Ilha dos Açores.
Disse que Simão Toco depois de ser ungido tocou em frente e começou a cumprir a missão que Deus lhe tinha confiado, a de pregar o evangelho e também a de despertar a consciência dos africanos em geral, e dos angolanos em particular, da dominação estrangeira que, na altura, se expandia em todo o continente. Recordou que Simão Gonçalves Toco recebeu esta missão quando tinha 17 anos de idade, na histórica e heróica vila de Catete, terra de proeminentes figuras do cristianismo e nacionalismo angolanos, destacando-se os reverendos Pedro Neto, Gaspar de Almeida, e os nacionalistas Agostinho Neto, Mendes de Carvalho, Roberto de Almeida e tantos outros, alguns dos quais já partiram para a eternidade.
Arrependimento a Deus
Já o bispo titular da Igreja Tocoista, Dom Afonso Nunes, depois de destacar a importância do acto, presenciado por representantes de outras congregações religiosas, de partidos políticos, membros do governo da província de Luanda, e outros, a sua homília foi marcada por aconselhamento aos fiéis a arrependerem-se dos pecados e buscar uma nova vida em Cristo. Presenciado por um milhão e 700 mil fiéis, sendo alguns provenientes de várias províncias eclesiásticas, o bispo afirmou que Deus é misericordioso e perdoa todo aquele que se arrepende de ter praticado o mal, buscando uma nova purificação. Por isso, a realização deste culto de acção de graças foi, mais uma vez, uma soberba oportunidade para todos os filhos de Deus pedirem perdão e renovar a sua profissão de fé.
Património do povo
Durante a sua homilia, Dom Afonso Nunes disse que o Santuário de Catete é um património do povo angolano e o Estado deve dar mais atenção a este bem imaterial, como fazem os outros países, citando o exemplo da Rússia. “Ignorar o Santuário de Catete é ignorarmo-nos, porque foi neste local que nasceu o novo cristianismo, através de um homem angolano”, afirmou o líder da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo
Este lugar Santo, construído de raiz com traços arquitectónicos em forma circular, pintado com as cores branca e verde que simbolizam o tocoísmo, está reservado para adoração a todos os servos e servas de Deus, desta e de outras denominações religiosas. E foi notória a presença não só de tocoístas, mas também de crentes de outras igrejas que circundaram este recinto no último Domingo de acção de graças. Hoje, em Angola, a peregrinação tornou-se num ritual em que os cristãos são obrigados a participar pelo menos uma vez por ano, como o fazem os muçulmanos que têm a obrigação de ir à peregrinação à Meca, na Arábia Saudita, onde está um portentoso Tabernáculo, ao que se diz, o primeiro erguido pelo profeta Maomé.
Fonte:
<a href=\"https://opais.co.ao/index.php/2019/04/24/santuario-de-catete-e-patrimonio-nacional/\">https://opais.co.ao/index.php/2019/04/24/santuario-de-catete-e-patrimonio-nacional/</a>
Simão Toco (1977, 15 de Agosto) "João vai fazer a informação da Igreja".
A BEM DA IGREJA
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