"Resumo da minha viagem para o Norte de Angola com a minha comitiva, iniciada em 16/6/1962 a 2/8/1962".
"Eu e a minha comitiva,Snr. Luvualu David, Domingos Kibeta, meu filho João Toco [Sivi], partimos de Luanda para Carmona [Uíge] no avião da D.T.A no Aeroporto Craveiro Lopes às 10h30, tendo-se efectuada a sua chegada às 11h,30". (Simão Gonçalves Toco)
Em 27 de Junho de 1962, Simão Gonçalves Toco, acompanhado de seu tio, seu filho João Toco e do tradutor do da CITA, Luvualu David, chegou ao Concelho do Zombo.
A sua deslocaçao fez-se por intermédio duma viatura, munida de dois altifalantes e nela viajava tambem, alem do motorista privativo, o Secretário Administrativo do Concelho que, por ordem do Governo do Distrito do Uige, tinha de acompanhar o Simao Toco, com a finalidade de informar imediatamente tudo o que se fosse verificando, relacionado com uma missão especifca.
No dia 28 de Junho, toda a sua comitiva - a mesma chegada a esta vila - deslocava à Kimbata, fronteira com ex Congo Belga acompanhado de uma força militar, de protecção.
Na fronteira Simão Toco foi recebido calorosamente por centenas de adeptos (Tocoístas) homens, mulheres e crianças trajados de branco.
O ancião Luvualualu David, usando os altifalantes, dirigia-se em kikongo aos nativos presentes, dizendo-lhes que estava ali o Simão Gonçalves Toco e que aqueles que o reconhecessem, se aproximassem.
Verificado o reconhecimento pessoal por dois ou tres dos mais velhos, quase todos, e acto continuo, dirigiram-se ao Simão Toco, regozijando-se com a sua presença, regozijo esse que se traduziu em abraços, e até beijos.
Depois do reconhecimento das ovelhas do seu Pastor, aproximavam-se dele, e Simão Toco usava então da palavra, em kikongo, começava por afirmar que,conforme constatavam, ele se encontrava vivo e são e não morto, como se chegava a propalar entre muita gente.
Seguidamente, aconselhava os refugiados a regressarem à sua terra (Angola),a reconstruirem as suas casas e cultivarem.
Localização e construção de Ntaya
Em face dessa visita do Dirigente dos Tocoístas aos povos fronteiriços teve como impacto o regresso de centenas de deslocados, para Maquela, foi quando oito (8) anciãos se apresentavam para se avistarem com o Dirigente Simão Toco e tratarem com as autoridades competentes, da localização e construção do povo onde, de principio, ficariam a residir os "tocoístas" regressados. A essa aldeia se chamaria "Ntaya Nova".
O regresso da comitiva para Luanda, aconteceu no dia 2 de Agosto de 1962, viajavam do avião da D.T.A (Direcção dos Transportes Aereos).
Naquela acção desenvolvida por Dirigente Simão Toco, regressavam 228 homens, 347 mulheres e 351 crianças, cuja totalidade se cifrava em 926 individuos,
Fonte:
Extracto Relatório Extraordinário da PIDE (IANTT).
PIDE, em de Agosto de 1962.
Simão Gonçalves Toco (1977, 15 de Agosto), "João, vai fazer a informação da Igreja".
A BEM DA IGREJA
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