ANTECEDENTES
(1971-1976), Simão Toco, Dirigente dos Tocoístas, iniciou a formação das Tribos no seio da Igreja, e, deixava de existir como Órgão de Direcção o Órgão dos 120 Anciãos Conselheiros, sendo aquela assumida pelos Representantes das 18 Classes e 16 Tribos, até a invasão (1976).
INVASÃO DA SEDE DA IGREJA CENTRAL EM ANGOLA E PILHAGEM DA RESIDENCIA DE SIMÃO TOCO QUE CULMINOU COM O ENCERRAMENTO OU PARALISAÇÃO DE TODOS OS ACTOS PUBLICOS TOCOISTAS
No dia 22 de Junho de 1976, Simão Toco, pressentindo talvez o perigo, retirou-se da sua residência para o Bloco 7, escritório da Igreja Central, casa do avó Mpanzo António, onde permaneceu escondido 14 meses, até a sua descoberta e prisão no dia 15 de Agosto de 1977.
Por volta das 15h30, apareceu no Bairro dos Congolenses, no local dos cultos Tocoístas, um grupo desordebado de jovens e crianças, provenientes do Bairro da Terra Nova, onde foram organizados para os actos cometidos, destruíram tudo que pertencia a Igreja, e, por volta das 17h00, aproximaram-se e cercaram a residência, e começaram a arremessar objectos contra as cerca de trinta e oito (38) pessoas que se encontravam no interior. Depois da oração das 20h00, arrombaram a porta e começaram a expulsar-nos, e seguidamente iniciaram a pilhagem de todos os haveres. É a divida que o governo angolano pagará sempre a Igreja Tocoísta (Simão Gonçalves Toco, 1977).
E, por não ser encontrado na terça-feira, quarta-feira, 23 de Junho, o mesmo grupo reforçado com alguns fardados, voltou ao Bairro dos Congolenses, e dirigiram-se ao escritório da Igreja, onde Simão Toco onde estava refugiado, rodeado naquele momento, de alguns anciãos da igreja Central, nesse dia, aconteceu um Milagre, quando os invasores entraram, Mayamona desapareceu das vistas de todos, encontraram apenas uma cadeira VAZIA e os anciãos rodeados a ela.
Na manhã de Sábado, 26 de Junho, depois de uma manifestação de repúdio contra Testemunhas de Jeová e «OS TOCOISTAS», na Estrada de Catete, Quintal do Petro Atletico, os manifestantes apareceram no Bairro dos Congolenses, e, ergueram uma Bandeira a entrada da residência de Simão Toco, considerando o Bairro dos Congolenses, como zona libertada.
A partir daquela data os boatos sobre prisão e morte de Simão Toco, circulavam em Angola.
O clima que se seguiu, foi de medo, terror, e, durante o período, os Representantes das 18 Classes e 16 Tribos, Os anciãos do Grupo 12 Velhos, 12 Vices, 40 Mancebos, Estudantes Biblicos e etc. deixaram de aparecer no Bairro dos Congolenses, com medo de serem presos, até Os Doze (12) Velhos abandonaram o seu Mestre do Coro Kibokolo «TATA NLONGI» SIMÃO TOKO.
MOTIVAÇÕES PARA O SIGILO ABSOLUTO
Os anciãos da Igreja Central, tinham conhecimento que as autoridades, através de seus serviços, introduziram informantes seus no seio, até mesmo tocoístas, montaram espias, no Bairro dos Congolenses, que procuravam informações sobre Simão Toco, logo, o sigilo era absoluto, ninguém podia revelar ou divulgar o segredo. Mas, mesmo assim, alguns de irmãos nossos, já estavam comprometidos.
Assim, se explica o porque pessoas do mesmo grupo etnolinguistico no Grupo que se autodenominou «CUPULA» ou Direcção, e não por, manifestação de tribalismo, regionalismo, como falavam contra o grupo, enquanto que os anciãos do Grupo, diziam que tais acusações eram motivadas pelas dificuldades de recolha de informações.
Uma vez, o Comandante da ODP (Organização da Defesa Popular), encontrou residência um irmão conversando com o Dirigente Simão Toco, disse: Cuidado, esse é umdos nossos informadores, você está sofrendo prisões, pelas informações que recebemos, dos homens que tem recebido;
Por exemplo, em Catete, na frustrada visita de Simão Toco, ao local de seu encontro com o Senhor em 17 de Abril de 1950, quando a comitiva ficou detida, uma autoridade local, olhou para um dos irmãos nossos, disse:Simão Toco, não somos culpados, porque são tocoístas, que nos forneceram o vosso programa.
O GRUPO «CÚPULA» COMO DIRECÇÃO DA IGREJA NÃO FOI FORMADO POR SIMÃO TOCO
Naquele contexto politico, surgiu acidentalmente, a Direcção Cúpula, a partir de um grupo de anciãos corajosos e prontos para sofrerem e morrerem com o Simão Toco.
Assim, o grupo desses anciãos que se transformou na Direcção da Igreja, surgiu em consequência paralisação de todos os actos públicos tocoístas.
Inicialmente, esse grupo formou seu Sucursal de Orações, na casa do avó Mpanzo Filemon e os Vates principais da Igreja Central também, formaram seu Sucursal no Bloco 11, casa de Kimfumu, os tratamentos espiriruais, passavam em casa do irmão Manuel Kalukembe, também no Bloco 11.
No mesmo contexto, surgiu também a CASA DE ORAÇÃO.
No Buraco ou seja, naquele escondirijo, Mayamona, disfarçou o seu nome, assinava documentos como:Maziezie, Nekakuluki, Avó Mpanzo etc.
É com esse grupo que o Maziezie, reuniu no dia 15 de Agosto de 1977, e elaborou o anteprojecto para a governação da Igreja, horas antes da sua prisão, para ODP.
Com a Sua saída do Buraco para a Terra Nova, ele não desfez o grupo, que se autodenominou de «Cúpula», talvez para a gratificação pela sua coragem.
«CÚPULA» (conjunto constituído pelos dirigentes de uma instituição, partido político, organização etc.; chefia, direção), essa expressão vangloriosa não é de Simão Toco, o Dirigente dos Tocoístas, não atribuiria tal denominação, a Direcção da Igreja.
CRESCIMENTO DO GRUPO E O SURGIMENTO DA NOVA DIRECÇÃO «CÚPULA»
O que levou os anciãos da «CÚPULA» a interpretar como sendo formado por Simão Toco. Em principios de 1977, chegou a capital, um familiar Seu, proveniente de Ntaya-Maquela do Zombo, para sua despedida, que aconteceu em Outubro de 1977, já Mayamona, residindo na Terra Nova, convidou alguns anciãos, Pedro Carlos Diungu-Diungu, Mwanga Pedro e, etc, a assistirem o acto, e integraram o grupo. Nos actos que se seguiram, o Dirigente convidava sempre mais irmãos, assim o grupo foi crescendo de 12 para (29) pessoas até a sua Oficialização.
A auto-denominação «CÚPULA», surgiu depois da saída do Dirigente Simão Toco do Buraco ou Escondirijo, para a Terra Nova. Razão porque não é possivel que tenha sido formado por ELE.
Em 31 de Outubro de 1982, o grupo se transformou na Nova Direcção e se autodenominou «CÚPULA»
Em acto publico e em documento oficial da Igreja (Comunicação nº3/83), assistido por vates, anciãos conselheiros, pastores centrais e escreventes, e porque já circulavam boatos, o grupo reconheceu não constituir uma nova Direcção, mas sim um grupo com funções especificas.
Infelizmente, muitos nomes para integrar a Direcção da Igreja, foram ocultados, a exemplo do autor dessas linhas, (Mano João Daniel), Luzayisu Antonio Lutangu, Sebastião Manuel (Bassi), que seriam também membros. E, por abuso, alguns nomes foram inseridos por conveniência de alguns anciãos. Esses nomes foram revelados, após o Desaparecimento fisico do Dirigente, na Conferência realizada pela Igreja Central, que teve lugar na Tribo WESTE, quando a CÚPULA, sugeriu o afastamento dos irmãos que se uniram com os Representantes das 18 Classes e 16 Tribos. Foi acordado também, que acrescido no titulo da Igreja «O Fundador», os delegados, decidiram assim, para que o nome de Simão Toco, figurasse em todos documentos oficiais da Igreja.
«OS TOCOÍSTAS»
Simão Gonçalves Toco (1977, 15 de Agosto), "João, vai fazer a informação da Igreja"
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